13/06/2025


A realização da COP 30 em Belém, em novembro de 2025, representa um marco histórico para a cidade e para a Amazônia, trazendo consigo uma série de impactos, tanto positivos quanto negativos, e que podem deixar um legado duradouro.

Impactos Positivos e Legado:

  • Visibilidade Internacional e Protagonismo da Amazônia: A COP 30 colocará Belém e a Amazônia no centro do debate global sobre as mudanças climáticas. Isso aumentará a visibilidade da região, seus desafios e suas potencialidades, destacando a importância da biodiversidade e dos saberes tradicionais dos povos amazônicos. A escolha de Belém é uma oportunidade para posicionar o Brasil como um ator-chave na agenda climática global.
  • Investimentos em Infraestrutura Urbana: Para sediar o evento, Belém está recebendo um volume significativo de investimentos em infraestrutura. Estão em andamento obras de mobilidade urbana (como a ampliação de ruas e avenidas, corredores de ônibus elétricos), saneamento básico (redes de esgoto e tratamento de efluentes em áreas como o Ver-o-Peso e as bacias do Tucunduba, Una, Murutucu e Tamandaré), e desenvolvimento urbano (Parque da Cidade, Porto Futuro II). Essas obras visam melhorar a qualidade de vida da população local e deixar um legado permanente para a cidade.
  • Desenvolvimento Econômico e Geração de Empregos: A preparação para a COP 30 e a realização do evento em si impulsionam a economia local. Há geração de empregos diretos e indiretos nas obras de infraestrutura, no setor de serviços (hotelaria, gastronomia, transporte), e em atividades relacionadas ao turismo. Programas de capacitação, como o "Capacita COP 30", preparam a população para as novas demandas de mercado.
  • Oportunidades de Negócios e Bioeconomia: A COP 30 deve atrair investimentos e gerar oportunidades de negócios, especialmente em setores ligados à bioeconomia e ao desenvolvimento sustentável. Iniciativas brasileiras, como o programa RenovaBio, podem ganhar visibilidade internacional, e haverá discussões sobre financiamento para práticas agrícolas sustentáveis e o mercado de carbono.
  • Reforço da Justiça Climática: A realização da COP na Amazônia enfatiza a importância de incluir as vozes das populações vulneráveis, como ribeirinhos e indígenas, no debate global. Isso pode acelerar a regularização fundiária de territórios tradicionais, reconhecendo seus direitos ancestrais como estratégia fundamental para a conservação da floresta.
  • Conscientização e Educação Ambiental: O evento promove a conscientização sobre a urgência das mudanças climáticas e a importância da Amazônia. A sociedade civil tem um papel importante em fortalecer as capacidades locais e garantir que as discussões globais se integrem às realidades locais.

Desafios e Pontos de Atenção:

  • Desafios de Infraestrutura e Logística: Apesar dos investimentos, Belém ainda enfrenta desafios em sua infraestrutura urbana. Visitantes da COP 30 podem conviver com problemas como congestionamentos e limitações na rede hoteleira, embora medidas como o uso de navios de cruzeiro e instalações militares estejam sendo consideradas para ampliar a capacidade de hospedagem.
  • Impactos Sociais das Obras: Algumas obras para a COP 30 têm sido alvo de críticas por parte da sociedade civil, como remoções de famílias e desmatamento em trechos de vegetação nativa para a construção da Avenida Liberdade. Há preocupação com a falta de transparência e participação popular nesses processos, o que pode gerar um "urbanismo de fachada" que não atende plenamente aos interesses da população local.
  • Especulação e Aumento de Preços: A expectativa do evento pode gerar especulação imobiliária e aumento nos preços de hospedagem e serviços, afetando tanto visitantes quanto moradores.
  • Garantir um Legado Duradouro e Inclusivo: O principal desafio é garantir que os impactos positivos da COP 30 se traduzam em um legado duradouro e inclusivo para Belém e para a Amazônia, e não apenas em melhorias pontuais para o evento. É fundamental que as soluções propostas na conferência não apenas preservem o bioma, mas também promovam o bem-estar das populações que nele vivem.
  • Engajamento da Sociedade Civil: É crucial que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) fortaleçam as capacidades locais, apoiando o fortalecimento de lideranças comunitárias e garantindo que as populações amazônicas tenham voz ativa nas discussões globais.

Em resumo, a COP 30 em Belém representa uma oportunidade sem precedentes para a Amazônia e para o Brasil. Se bem gerenciada, com foco na sustentabilidade, na justiça social e na participação popular, a conferência tem o potencial de deixar um legado de desenvolvimento urbano, ambiental e social para a capital paraense e para toda a região. 




Paris, com suas mais de 500 mil árvores, é um exemplo notável de gestão arbórea urbana, um modelo do qual Salvador, com sua riqueza natural, poderia aprender muito. A capital francesa adota uma abordagem multifacetada e proativa que vai muito além do simples plantio.

Como Paris cuida de suas árv0res:

  • Inventário Detalhado e Georreferenciado: Cada árvore em Paris é catalogada em um sistema de informação geográfica (SIG), contendo dados como espécie, idade, saúde, histórico de poda e tratamentos. Isso permite um acompanhamento individualizado e planejamento de longo prazo.
  • Equipes Especializadas e Qualificadas: A cidade conta com agrônomos, arboristas e jardineiros altamente treinados que realizam inspeções regulares, podas técnicas (priorizando a saúde da árvore e a segurança dos cidadãos), e tratamentos fitossanitários preventivos.
  • Manejo Diferenciado: As árvores são tratadas de acordo com sua localização e função. Árvores de ruas e avenidas, por exemplo, recebem podas mais frequentes para evitar interferências com edifícios e fiações, enquanto as de parques e jardins têm um manejo mais voltado para o desenvolvimento natural.
  • Substituição Planejada e Diversidade: Paris tem um programa de substituição gradual de árvores doentes ou em fim de vida útil, sempre buscando a diversidade de espécies para aumentar a resiliência do arvoredo contra pragas e doenças.
  • Engajamento Cidadão: A prefeitura de Paris incentiva a participação dos moradores no cuidado com as árvores, oferecendo informações sobre os benefícios da arborização e até mesmo permitindo que cidadãos "apadrinhem" canteiros e pequenos jardins.
  • Investimento em Pesquisa e Tecnologia: A cidade utiliza tecnologias avançadas para monitoramento da saúde das árvores, como sensores de umidade do solo e softwares de análise de risco.

O que Salvador pode aprender:

Salvador, com seu clima tropical e vasto potencial para a arborização, poderia se beneficiar imensamente ao adotar princípios semelhantes aos de Paris:

  • Criar um Inventário Arbóreo Robusto: Um inventário detalhado seria o primeiro passo para conhecer a quantidade, localização, espécies e condições de suas árvores, permitindo um planejamento estratégico.
  • Profissionalizar a Gestão: Investir na formação e contratação de agrônomos e arboristas para a equipe municipal, garantindo que as podas e manutenções sejam feitas por profissionais qualificados e com conhecimento técnico.
  • Desenvolver um Plano Diretor de Arborização Urbana: Estabelecer diretrizes claras para o plantio, manejo e substituição de árvores, considerando as especificidades do clima e solo soteropolitanos.
  • Promover a Diversidade de Espécies Nativas: Priorizar o plantio de árvores nativas da Mata Atlântica e da Caatinga, que são mais adaptadas ao ambiente local e contribuem para a biodiversidade.
  • Educar e Engajar a População: Lançar programas de educação ambiental para sensibilizar os cidadãos sobre a importância das árvores e incentivá-los a participar do cuidado com a arborização de seus bairros.
  • Buscar Parcerias e Recursos: Buscar colaboração com universidades, empresas e organizações não governamentais para projetos de pesquisa, plantio e manutenção de árvores.

Ao aprender com a expertise de Paris, Salvador pode não apenas aprimorar a saúde de suas árvores existentes, mas também expandir sua cobertura arbórea de forma sustentável e planejada, colhendo os inúmeros benefícios ambientais, sociais e estéticos que uma arborização urbana bem cuidada proporciona. 

06/06/2025


 Sede da COP30 e outras 12 capitais não têm plano de mudanças climáticas

A menos de um ano da realização da COP30, em Belém (PA), um levantamento revelou que a própria sede do evento e outras 12 capitais brasileiras ainda não possuem um plano municipal de enfrentamento às mudanças climáticas. A ausência desses planos em centros urbanos estratégicos expõe uma contradição preocupante: enquanto o Brasil se posiciona como liderança na agenda climática global, internamente ainda falta estrutura e planejamento local para lidar com os efeitos já visíveis da crise ambiental.

Os planos municipais de clima são ferramentas essenciais para mapear vulnerabilidades, reduzir emissões de gases de efeito estufa e preparar as cidades para eventos extremos, como enchentes, secas e ondas de calor. A ausência desses instrumentos compromete a capacidade das prefeituras de agir de forma preventiva e coordenada.

A situação reforça a urgência de integrar a pauta climática às políticas urbanas. Para que a COP30 seja um marco real de transformação, será necessário que Belém e outras capitais assumam compromissos concretos e saiam da retórica para a ação. O protagonismo climático começa no território.


 Indígenas usarão COP contra Petróleo na Foz do Amazonas

Lideranças indígenas brasileiras planejam levar à próxima Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP), marcada para novembro de 2025, uma denúncia internacional contra a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas. A iniciativa representa um movimento estratégico para pressionar governos e empresas a respeitarem os direitos dos povos originários e protegerem um dos ecossistemas mais sensíveis e biodiversos do planeta.

A Foz do Amazonas, localizada entre o Amapá e o Pará, é uma região de importância ambiental e cultural imensurável. É também o lar de diversas comunidades indígenas e tradicionais que dependem diretamente da integridade dos rios, florestas e mares para sua sobrevivência física e cultural. Para essas populações, o projeto de exploração petrolífera liderado por estatais e grandes multinacionais representa uma ameaça direta à vida, ao meio ambiente e aos modos de existência milenares.

Os indígenas argumentam que, além do risco de desastres ambientais como vazamentos de óleo — cujos impactos seriam devastadores na região costeira e marinha da Amazônia —, o projeto fere tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT, que exige consulta prévia, livre e informada aos povos indígenas sobre qualquer atividade que os afete. Segundo as lideranças, esse processo não foi devidamente respeitado.

Na COP, os indígenas pretendem não apenas denunciar a omissão do Estado brasileiro nesse processo, mas também mobilizar a opinião pública internacional. O foco será mostrar como a transição energética precisa, necessariamente, incluir a justiça climática e o protagonismo dos povos indígenas na definição do futuro da Amazônia.

Este movimento sinaliza que a agenda climática global não pode ignorar os conflitos socioambientais em curso no Sul Global. Em um cenário de agravamento da crise climática, a exploração de combustíveis fósseis em territórios de alta sensibilidade ambiental é vista por muitos como um retrocesso. Os povos indígenas, com sua cosmovisão baseada no equilíbrio com a natureza, se colocam como guardiões de um modelo alternativo ao desenvolvimento predatório — e a COP será mais uma arena para fazer ouvir essa voz.

02/06/2025


 A indústria da moda tem um impacto significativo no meio ambiente, desde o consumo de água e energia na produção de tecidos até a geração de resíduos e a poluição por produtos químicos. Ao escolher roupas, podemos considerar o meio ambiente de diversas maneiras:

  • Prefira materiais sustentáveis: Opte por tecidos orgânicos, reciclados ou de fibras naturais com menor impacto ambiental, como algodão orgânico, linho, cânhamo e Tencel.
  • Valorize a durabilidade: Escolha peças de boa qualidade que durem mais tempo, reduzindo a necessidade de comprar com frequência.
  • Explore o mercado de segunda mão: Brechós e plataformas de revenda oferecem ótimas opções para encontrar roupas únicas e reduzir o consumo de novos recursos.
  • Adote o consumo consciente: Pergunte-se se você realmente precisa daquela peça antes de comprar e procure por marcas transparentes sobre suas práticas de produção.
  • Cuide bem das suas roupas: Lave as peças com cuidado, siga as instruções de conservação e conserte quando necessário para prolongar sua vida útil.

Pequenas mudanças em nossos hábitos de consumo de moda podem fazer uma grande diferença para o planeta.


A matriz elétrica brasileira, impulsionada por fontes renováveis como a hidrelétrica, eólica e solar, é um trunfo para o país. Essa característica a coloca em uma posição vantajosa no cenário global, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa e para uma maior segurança energética.

No entanto, essa conquista não é auto-sustentável. A preservação desse cenário renovável exige um compromisso contínuo com a manutenção e a expansão dessas fontes limpas. É fundamental investir em novas tecnologias, aprimorar a infraestrutura existente e garantir a sustentabilidade ambiental dos projetos energéticos.

A negligência na preservação dessa matriz pode levar a um retrocesso, com o aumento da dependência de fontes não renováveis e seus consequentes impactos ambientais e econômicos. Portanto, o reconhecimento da matriz elétrica renovada como um trunfo deve vir acompanhado de ações concretas para a sua proteção e desenvolvimento futuro. 

A realização da COP 30 em Belém, em novembro de 2025, representa um marco histórico para a cidade e para a Amazônia, trazendo consigo uma sé...