A devastação silenciosa: Queimadas em 2023 consomem área equivalente ao Acre ou Ceará
Por Sandro Kiriri
Enquanto o Brasil se despedia de 2023, outro tipo de despedida, silenciosa e devastadora, se desenrolava em nossos biomas: a das queimadas. Segundo dados do Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas, uma área equivalente ao estado do Acre ou do Ceará foi dizimada pelo fogo no ano passado, totalizando mais de 17,3 milhões de hectares.
Este número, 6% superior ao de 2022, não representa apenas a perda de vegetação nativa, mas também a emissão de gases de efeito estufa, o aumento da desertificação e a perda de biodiversidade. As queimadas impactam diretamente o clima, a qualidade do ar e a vida de milhares de pessoas, especialmente comunidades indígenas e quilombolas que dependem dos recursos naturais para sua subsistência.
O Cerrado e a Amazônia em chamas:
Os biomas mais afetados foram o Cerrado, com um aumento de 29% na área queimada em relação a 2022, e a Amazônia, que teve um aumento de 463% em dezembro. As pastagens foram as áreas mais impactadas, respondendo por 63% das queimadas no país.
O que está por trás das queimadas?
As causas das queimadas são complexas e multifacetadas, mas alguns fatores se destacam:
- Expansão da fronteira agrícola: A grilagem de terras e a expansão da fronteira agrícola para a criação de gado e o cultivo de commodities como soja e milho são alguns dos principais drivers das queimadas.
- Falta de fiscalização: A insuficiência de recursos humanos e financeiros para a fiscalização das áreas protegidas e a punição dos responsáveis pelas queimadas contribuem para a impunidade e a perpetuação do problema.
- Mudanças climáticas: O aumento da temperatura e a diminuição da precipitação, intensificados pelas mudanças climáticas, criam condições mais propícias para a ocorrência de queimadas.
O que podemos fazer?
Combater as queimadas exige um esforço conjunto do governo, da sociedade civil e do setor privado. Algumas medidas que podem ser tomadas incluem:
- Fortalecimento da fiscalização: Aumentar o número de fiscais e investir em tecnologias de monitoramento para prevenir e punir os crimes ambientais.
- Implementação de políticas públicas: Criar e implementar políticas públicas que promovam a agricultura sustentável, a recuperação de áreas degradadas e a proteção dos biomas.
- Conscientização da população: Educar a população sobre os impactos das queimadas e incentivar práticas agrícolas e de manejo florestal sustentáveis.
Um futuro livre de queimadas:
O combate às queimadas é um desafio urgente e necessário para a proteção do meio ambiente, da saúde pública e do futuro do Brasil. Através de um esforço conjunto e de ações coordenadas, podemos construir um futuro livre de queimadas e garantir a preservação dos nossos biomas para as próximas gerações.
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